28 junho, 2008

O disco Cromático















O disco cromático
O disco cromático não é um instrumento científico de classificação de cores, porém ajuda e muito a entender o comportamento das cores e a aplicação prática de pigmentos para envolver o sentido da visão. As cores mostradas não são puras, e servem apenas como um referencial.

Ao longo do tempo, desenvolveu-se uma variedade de pigmentos. O disco cromático usado para observar o desempenho da cor, pode ser formado em qualquer suporte, com a aplicação de tintas, pode ser: aquarela, óleo, pastel, guache, acrílico e lápis de cor. Sempre observando que cores-luz e cores-pigmentos sofrem alterações de acordo com sua própria essência e, nunca terão a pureza do espectro cromático, como num arco-íris.

Apresentaremos alguns aspectos do estudo da cor a partir dos discos cromáticos (luz, pigmento opaco e pigmento transparente). Segundo Israel Pedrosa, a cor não é material, mas uma sensação estabelecida a partir da ação da luz sobre nossa visão. As sensações cromáticas provocadas pela radiação da luz são divididas em duas categorias: cores-luz e cores-pigmentos. As cores-pigmentos são subdivididas em dois grupos: cores-pigmentos opacas e cores-pigmentos transparentes.

Disco cromático das 12 cores: cores-luz são aditivas. A adição das três cores primárias resulta na luz branca.



Disco cromático de 12 cores (pigmentos opacos), grãos maiores – usados em tinta a óleo, alquidica, acrílica e guache.

A classificação da cor: primáriassecundáriasterciárias. As cores estão distribuídas em um círculo.

Estão classificadas no esquema estabelecido a partir da teoria das cores. É uma ferramenta auxiliar para orientar a mistura de cores na palheta. Deste modo, permite obter o efeito planejado na criação artística, porém, o uso das cores por meio do disco cromático dependerá qual a finalidade do trabalho. Não existem regras que determine o modo "correto" de utilização do disco. Mas, com as observações colhidas das leis naturais, é importante impetrar no conhecimento para auxiliar a criação.

As cores primárias formam um triângulo no centro do disco cromático e não podem ser decompostas.

A classificação das três cores primárias no disco cromático das 12 cores-luz é diferente das repartições das cores nos discos cromáticos relativos à
(cores-pigmentos opacos)
e (cores-pigmentos transparentes).


Cores primárias (cores-pigmentos opacos: vermelhoamareloazul, estas cores não pedem ser obtidas a partir de outras cores.

Cores secundárias:
A mistura entre duas cores primárias – vermelhoamareloazul. (cores-pigmentos opacos), formam as cores secundárias.
Exemplo: A mistura do vermelho com amarelo produz a cor laranja.
Combinar o amarelo com o azul dá o verde.
A cor
violeta consegue com a mistura entre o
vermelho e o azul.




Cores Complementares são as que se encontram em oposição no disco de cores. Note que uma cor primária é sempre complementada por uma cor secundária, (cor-pigmento, opaco).

Cores terciárias:
Estas cores são as obtidas pela mistura de uma primária com uma ou mais cores secundárias. Exemplo: Amarelo alaranjado – do amarelo primário com o laranja secundário. A observação a partir do disco cromático é apenas uma referência e pode variar conforme o fabricante de tintas.
Cores terciárias:
Estas cores são as obtidas pela mistura de uma primária com uma ou mais cores secundárias. Exemplo: Amarelo alaranjado – do amarelo primário com o laranja secundário. A observação a partir do disco cromático é apenas uma referência e pode variar conforme o fabricante de tintas.

Temperatura
Indica a disposição que têm as cores de aparecer quentes ou frias. Quando se divide o disco cromático ao meio, com uma linha cortando o amarelo e o violeta, nota-se que os vermelhos e laranjas dentro da espátula são cores quentes e vibrantes.

Por outro lado, os verdes e os azuis do lado de fora são cores frias e imprimem uma sensação de tranqüilidade. O Amarelo que aparece do lado das cores quente também é quente. Já o amarelo oposto é frio. O mesmo vale para o violeta, que se torna mais quente à medida que se aproxima do vermelho, e mais frio quando contém mais azul.

Cores análogas:
São as cores que aparecem lado a lado no disco. Há nelas uma mesma cor básica. Por exemplo, o amarelo-ouro e o laranja-avermelhado têm em comum a cor laranja.
O azul-esverdeado, o azul e o azul-violeta possuem em comum o próprio azul.
Esses termos empregados, são os mais usuais entre os artistas. Embora sejam úteis para descrever e caracterizar as cores, não é denominação científica. Na verdade, servem mais como guias, permitindo aos artistas plásticos utilizarem com acerto e precisão cada uma das cores.

Cores neutras
Ao misturar duas ou mais cores do disco cromático, de forma diferente das descritas na página anterior, obtém-se uma nova série de cores chamadas neutras. Quando se fala em cor neutra, em geral pensa-se nos cinzas e marrons. Entretanto, do ponto de vista técnico, as cores neutras incluem os amarelos acinzentados, os vermelhos, laranjas e violetas amarronzados, os verdes e azuis cinzentos e outras cores intermediárias que compõem muitos dos matizes com os quais convivemos diariamente.
Para criar essas cores a partir das presentes no disco cromático, basta misturarem as três cores primárias, ou qualquer par de cores complementares.
O inconveniente, quando se usa este método é que a combinação entre as complementares pode resultar em cores opacas e apagadas.
Esse problema pode ser evitado, com a mistura de uma cor com outra próxima da sua complementar.
A função das cores neutras é servir de complemento da cor aproximada, para dar profundidade, visto que as cores neutras em geral têm pouca reflexibilidade de luz.

Matiz
É a percepção da cor, a propriedade que define uma cor; ao transformar uma cor, com a adição de outra cor, a matiz fica diferente.

Tom
Faz referência a variação de luz presente na cor.
Acrescentando o branco com menor ou maior quantidade a um matiz, este terá a quantidade de luz correspondente ao branco adicionado.
Para escurecer uma cor com a adição do preto, a matiz adquire uma graduação mais escura. A alteração na quantidade do preto em uma cor é chamada escala tonal.

Intensidade
O disco de cores expõe a intensidade alta do amarelo, enquanto o violeta tem intensidade baixa. Distinguir qual a importância e a posição exata das cores dentro do disco cromático, não é suficiente para formar trabalhos atraentes, Mas, contribui para alcançar objetivos que envolva o sentido da visão, identificar e associar a apreciação dada pela mensagem à mente do observador.

Contraste Complementar
São constituídos entre a cor primária e a complementar, ambos estão em lados opostos do disco cromático. Essa correspondência concebe o contraste culminante entre matizes.

Uma cor primária terá a cor secundária correspondente como complementar. O contraste complementar é utilizado na pintura para fazer sombras, além disso, é empregado para a relação frente e fundo. O branco e o preto nessas combinações podem reforçar ou anular a cor.





A mistura das três cores primárias no disco de cores-pigmentos opacos e cores-pigmento transparentes resultam no preto.

O filosofo grego Aristóteles concluiu que as cores era uma propriedade dos objetos. Assim como peso, material, textura, eles tinham cores. E, pautado pela mágica dos números, disse que eram em número de seis, o vermelho, o verde, azul, amarelo, branco e negro.
Idade Média – A experiências com as cores sempre envolveu entusiasmos com aspectos psicológicos e culturais. O poeta medieval Plínio certa vez teorizou que as três cores básicas seriam o vermelho vivo, a ametista e outra que chamou de “conchífera”. O amarelo foi excluído desta lista por estar associado a mulheres, pois era usado no véu nupcial.

Renascença –
Os artistas Leon Battista Alberti, discípulo de Brunelleschi, a natureza das cores foi estudada pelos artistas. Leon Battista Alberti, um discípulo de Brunelleschi, exporia que seriam quatro as mais importantes, o vermelho, verde, azul e a cinza. Essa visão reflete o seu estilo na tela. Alberti teve influência sobre Leonardo Da Vinci, que reuniu anotações para dois livros distintos e seus escritos foram posteriormente reunidos em um só livro intitulado “Tratado da pintura e da paisagem”.

Leonardo Da Vinci se opôs ao conceito de Aristóteles ao afirmar que a cor era propriedade da luz, a constituição elementar dos objetos influiu no tipo de cor que reflete. Assegurou que o branco e o preto não são considerados cores, porque, ocupam posições opostas – ambos são os extremos da luz. Em seus experimentos foi o primeiro a perceber que a sombra pode ser colorida.

Isaac Newton – Fez importantes ensaios sobre a decomposição da luz com prismas e acreditou que as cores existiam devido ao tamanho da partícula de luz, cultivou grandes desavenças com Huygens que acreditava na teoria ondulatória.
Mas, a teoria de Newton não explicava de maneira satisfatória o acontecimento da cor. Porém, sua teoria foi acolhida por débito ao seu grande prestígio ao elucidar o fenômeno da gravitação.

Século XVIII
Um impressor chamado Le Blon testou diversos elementos coloridos até alcançar os três pigmentos básicos para impressão: o azul, vermelho e o amarelo.

Século XIX
O poeta Goethe se aprofundou no fenômeno da cor e transpôs trinta anos formulando o que avaliava ser definitivo. Instituir um tratado sobre as cores que poria abaixo a teoria de Newton.
Goethe descobriu aspectos que Newton ignorara sobre a fisiologia e psicologia da cor, como: A posse das cores pela retina; o fato do olho humano convergir seu foco nas bordas de uma cor complementar; observou que artefatos brancos tendem a aparecerem maiores do que os artefatos pretos; reinterpretara as cores.
Le Blon – em seus experimentos, identificou os pigmentos, como: púrpura, amarelo e azul claro, se aproximando com muita precisão das atuais tintas magenta, amarelo e ciano utilizadas em impressão industrial.




Disco cromático das 12 cores: cores-pigmento transparentes para impressão industrial.

As observações de Goethe eram desprovidas de métodos científicos e teve dificuldades para provar sua tese. Foi insuficiente para se opor a teoria de Newton. Sua obra publicada "A teoria das cores" era muito complicado para seu tempo, não foi aceito pela comunidade cientifica. Porém, no inicio do século XX sua publicação foi resgatada pelos estudiosos da Psicologia da Gestaltl (Ernst Mach (1838-1916), físico, e Chrinstiam von Ehrenfels (1859-1932) filósofo e psicólogo, desenvolviam uma psicofísica com estudos sobre as sensações (o dado psicológico) de espaço-forma e tempo-forma (o dado físico) e podem ser considerados como os mais diretos antecessores da Psicologia da Gestalt.).





E desempenhada pelos pintores modernos como Paul Klee e Kandinsky.

O estudo da teoria das cores nas universidades segue a peculiaridade proposta por Goethe.

A cor física – A cor é superfície, não importa a forma para a percepção óptica; a cor fisiológica e a cor química – o fenômeno do espectro da luz e a percepção policromática, monocromática e a tridimensionalidade.

O conteúdo é basicamente a teoria de Newton acrescida de observações modernas sobre ondas. O legado de Goethe é uma diretriz, presente no universo das artes, psicologia e toda obra que trata de ilusão de ótica.

A teoria das cores: cor e luz ou cor e energia contrapõe a cores-pigmentos, diz respeito à reflexão dos raios luminosos e não pela cor efetiva contida na substância. A cor apreendida pelos olhos é a característica particular do objeto de refletir uma cor e absorver outras ao bombardeio dos raios solares em sua superfície. A cor branca consiste na reunião de todas as cores, ao passo que o preto seria a ausência de cor.



O acontecimento da refração dos raios solares em cores percebida pelo físico inglês Isaac Newton, no ano de 1666, mostrou que: a luz que incide sobre um prisma triangular é decomposta nas sete cores do arco-íris: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, azul escuro e violeta.

Uma experiência simples comprova a reflexão da luz. Um disco com todas as cores do arco-íris pintadas, estrategicamente, na superfície. Este conjunto centralizado em um eixo motriz que gire em velocidade crescente, a partir de certa rotação os olhos não perceberão mais as variações de cores, prevalecerá apenas o reflexo de todas elas unidas – o branco.

Aplicação
O estudo da cor-pigmento opaca é imprescindível para os pintores e artistas que trabalham com tintas. Estes materiais são compostos por pigmentos derivados dos óxidos de metais, calcinação de materiais, rochas trituradas, terras e orgânicas.






Paleta Básica
· Branco de zinco
· Amarelo de cádmio
· Amarelo de nápoles
· Verde esmeralda
· Verde veronese
· Sombra natural
· Sombra queimada
· Amarelo ocre
· Siena natural
· Siena queimado
· Terra (óxido de ferro)
· Vermelho de cádmio
· Carmim
· Azul ultramar
· Azul cobalto
· Preto marfim

Espero que seja útil para sua pesquisa.


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27 junho, 2008

A Tela de Pintura


As lojas de materiais artísticos vendem telas de vários estilos. São comuns: As pranchas de chapas duras feitas com fibras de celulose prensadas e as pranchas de papelão, ambas forradas com tecidos, sobre as quais imprime uma película - o complemento do suporte para a pintura; são ideais para pequenas dimensões. As telas armadas em chassi de madeira abrange todos os tamanhos.

A tela para pintura é um tecido que recebe o um preparado especial – o Primer. São varias formulas desse produto que é aplicado só em um dos lados da fazenda. Depois é prendida no suporte rígido ou no quadro armado de madeira. O lado interno ou a parte de trás da tela será sempre o tecido cru, sem a película base. O lado com a película é a superfície exposta, com “imprimação”, sobre a qual aplica a camada pictórica. Algumas lojas vendem as telas de algodão a metro direto do rolo, fica ao encargo do comprador improvisar o seu chassi. Todo artista, conhece a qualidade das telas de algodão e onde difere a característica das telas de linho, alguns, preferem fazer as suas próprias telas com inovações, lançando tecidos sintéticos.

No meu caso, gosto de pintar com pastéis oleosos direto sobre tela preparada de tecido sintético – o cetim. A trama é bem delicada, fechada, sem nós, a imprimação fica bem lisa e flexível. Não têm a mesma permeabilidade dos papéis para aquarela e os papéis para pastéis. Esticado sobre uma prancha rígida, torna-se um suporte pratico e econômico para trabalhar com os pastéis oleosos da melhor qualidade.
Tela preparada de tecido sintético para pastél oleoso.
Título:
"Prelúdio do Ego". Detalhe da tela de tecido sintético esticada no suporte rigido para trabalho em pastél oleoso.

O tecido da tela pode ser de linho, algodão, camanho ou juta, com tramas variadas, que podem ser marcantes, grosseiras, bem elaboradas, superfícies resvaladias ou suaves de tão fechadas. Nas lojas, são comuns as telas de algodão com tramas em médias, entre 14 e 16 fios dispostos em um centímetro retilíneo. Os chassis são diversificados em tamanhos e espessuras, com enorme variação de preço.

As telas diferem na durabilidade, uniformidade, elasticidade e densidade da trama do tecido.

A tela de linho esticada no chassi conserva-se bem tencionada, é mais durável que a de algodão e, apresenta uma textura uniforme, livre de nós. Ideal, para quem está pintando uma obra para a posteridade. O inconveniente é o preço relativamente mais alto.

As telas de algodão custam bem menos que as telas de linho e, são bons suportes para a pintura. As telas de textura mais fechada esticam muito bem e oferecem superfícies bem uniformes para executar a pintura..

A tela colada em prancha rígida é ótimo recurso para trabalhos experimentais. É o mais econômico e adequado para trabalhar ao ar livre, por ser leve e compacto, torna-se cômodo para o transporte.

Obs.: Alguns estojos de madeira para o material de pintura, já são elaborados para comportar alguns desses painéis de 40cm X 30cm.

A superfície consistente desse painel facilita os ensaios e o trabalho do iniciante na pintura. O inconveniente, é que empena com facilidade quando recebe muita umidade ou a variação de umidade por setores sobre o suporte.

As telas montadas em chassi são esticadas sobre uma armação de sarrafos de madeira, a estrutura já é projetada para suportar a malha estirada de algodão ou de linho. Estes sarrafos de madeira são tensores com as pontas cortadas, normalmente, em 45º, que se unem por encaixe de cunhas, pregos ou grampos para sustentar os quatro ângulos de 90º do quadro. A superfície da tela é tensa, mas permite certa flexibilidade que a torna a melhor opção ao manuseio dos pincéis.

A grossura dos fios de algodão ou de linho determina qual o tipo de trama do tecido. A imprimação sobre o tipo de tecido define: trama grossa – a imprimação terá textura grossa; trama média – a imprimação terá textura média; trama fina – a imprimação terá textura fina. A escolha de uma tela de textura fina, média ou áspera depende, sobretudo, do estilo de apresentar o tema.

A tela de textura grossa – ideal para trabalhar com pinceladas pesadas, manifestará os traços com linhas pouco definidas, esse tipo de tela é próprio para os trabalhos abstratos e paisagens, que não precisam formar balizas entre figuras ou cores. A tela de textura grossa torna evidente o estilo marcante de pinceladas vigorosas em que não precisa determinar a silhueta da figura com o fundo.

A imprimação.

Existem diversos tipos de “primers” para aplicar sobre o tecido esticado – base para preparação de telas. Alguns deles só podem ser aplicados sobre superfícies rígidas, outros preparados, favorecem certos tipos de tintas. Cada um apresenta vantagens e desvantagens, como: o tempo de secagem; textura da superfície; durabilidade e versatilidade. No entanto, depois de escolher a tinta e o tipo de suporte, tornar-se-á fácil apropriar a melhor imprimação.

Alguns pintores preferem trabalhar direto sobre a textura crua. Naturalmente, os fios do tecido absorvem a tinta; não isolar o tecido da oxidação e da reação química, a tela passará através do tempo pelo processo de apodrecimento. O aglutinante depois de seco e impregnado na fibra do fio fixa também os pigmentos coloridos, que procede, das calcinações de materiais, dos óxidos metálicos, das terras e em alguns casos orgânicos. Sabemos que as estruturas materiais dilatam e contraem com a modificação de temperatura. Fica fácil definir, a tinta resseca continuamente e aparece o fendilhamento – entranhado no fio.

Surgem fissuras microscópicas, a dinâmica das propriedades descritas com a variação de umidade, pressão atmosférica e a própria luz, cursa no tempo provocando alterações nas fibras, para abrigar fungos e culturas de bactérias que levam o tecido à decomposição.

De qualquer forma incide as conseqüências do tempo sobre a tela pintada. É melhor preparar o suporte, porque a imprimação veda a superfície de forma que a tinta não penetre nas fibras, o que é fundamental para pintura em tela. Essa película de “primer” permite obter uma face adequada ao trabalho; por estar aderida apenas a um lado – o lado inverso está isolado da imprimação e livre para transpirar. Acredite, facilita o trabalho dos futuros restauradores.

A imprimação branca sobre o pano proporciona uma superfície melhor para se trabalhar do que uma com fundo escuro. Normalmente, a tinta a óleo tem uma tendência para o escurecimento e com o tempo adquire translucidez. Uma base escura destacaria essa convergência negativa do trabalho terminado em óleo – a condição da pintura ainda fresca, ao contraste dos tempos e o efeito de escurecimento e translucidez após algumas décadas. O fundo branco ameniza essas disposições inconvenientes que ocorre no quadro ao longo do tempo.

O gesso acrílico

A imprimação com gesso acrílico é ótima escolha para as texturas e delineamentos rápidos. A maioria das tintas adere muito bem ao suporte preparado com gesso acrílico. É um produto fácil de trabalhar, seca em trinta minutos. A versatilidade deste primer torna-o apropriado à preparação de qualquer base. Entretanto, não pode ser aplicada sobre imprimação à base de cola, uma vez que os dois materiais são incompatíveis.

Para preparar uma superfície lisa com gesso acrílico, a imprimação deve ser bem diluída com água, na consistência leitosa, basta aplicar três camadas com pincel largo, uma demão na horizontal, após a secagem, repetir outra camada em sentido vertical, até o ponto de cobertura perfeita para ser lixada. Ao preparar bases lisas, deve ter o cuidado para o “primer” não ficar muito grosso, porque favorece o surgimento de rachaduras.

Uma superfície áspera ou com frisos, demanda gesso acrílico sem diluição. Para fazer os relevos basta a criatividade, e os acessórios: rolos, espátulas, réguas, pentes, escovas, esponjas, etc., ou o próprio pincel, para alcançar a forma pretendida. Obs.: Neste caso, independe o tipo de trama do tecido.

O inconveniente do gesso acrílico é a disposição de tornar as cores apagadas. É um material que se tornou comum. Todos os artistas que utilizam, principalmente para os relevos em telas, não podem garantir seu comportamento a longo prazo, mas tudo indica que tem uma expectativa positiva de longevidade.

O “primer” para trabalho em óleo sobre tela.

A imprimação a óleo é a mais confiável. Por conter óleo de linhaça, continua flexível e elástico. Mas, como o primer a óleo tem a tendência a amarelar, deve acelerar a oxidação com exposição à plena luz. Um local com pouca luz, o processo de secagem é mais lento e não homogêneo.

Um ótimo “primer” caseiro a óleo de linhaça para uma tela de 90cm X 120cm.

Misture 300ml de terebintina com 60ml de óleo de linhaça – a proporção deve estar em torno de 5/1 ou 6/1. Junte 120ml de tinta a óleo branco de prata, agitar bem para que a mistura fique bem cremosa. A mistura estará em torno de 480ml, para aplicar três camadas finas entre intervalos de 24 horas. Condicionar a mistura primer em um vasilhame com tampa em condição de ser bem vedado para evitar a evaporação do solvente. Para proteger a tela, pode juntar 05ml ou 20ml de Eugenol (óleo de cravo) à mistura, alem de anti-séptico, é um solvente que retarda mais a secagem, o intervalo entre as camadas “finas aplicadas” deve ser de três dias, secadas no tempo. Então terá uma tela pronta ou para esticar em uma armação depois de nove dias. Munido de paciência ou urgência, o ar quente de um secador de cabelos ou um soprador de ar quente profissional, acelera o tempo de secagem, com cuidado, à distância apropriada da tela para não romper a cobertura entre os fios e cozinhar a imprimação. Deve evitar a mistura de secantes, principalmente em pó, porque deixa a tela mais propensa ao fendilhamento. Se optar por aguarrás no lugar da terebintina, a secagem prolonga um pouco mais. Já usei gasolina, no lugar da terebintina para tela muito grande, mancha levemente a base branca e o cheiro é bem desconfortável, muito mais que os solventes anteriores descritos.

Observação: O branco de prata é feito com carbonato de chumbo e forma uma tinta consistente e cremosa o suficiente para se removido do tubo, sem dificuldade. É ricamente branca, muito opaca e com alto poder de cobertura. Seca muito rápida e é ideal para pintar fundo. Por conter chumbo, a tinta deve ser manipulada com cuidado.

Se quiser uma obra em óleo para a posteridade e estiver disposto a encarar o ritual de uma paciente e trabalhosa imprimação. Deve usar o linho, em vez do algodão cru, porque existem boas telas de algodão prontas no mercado. É difícil encontrar tecido de linho cru, então, de preferência ao tecido de linho branco ou uma cor clara, deve ser lavada para retirar a goma coligada no processo de industrialização Depois de seco, esticar o tecido em um quadro provisório. Exemplo: quero trabalhar uma série de quadros de 90cm X 120cm, para essa série faço uma armação (outro quadro com dimensões maiores), com uns dez centímetros a mais que os quadros da série. Nesta armação de 1m X 1,30m será esticado o tecido para receber as camadas de imprimação, por ser maior que a definitiva, a textura será uniforme nas bordas e cantos, quando a tela for transferida para a estrutura determinante. A aplicação do primer deve ser controlada para ter uma boa cobertura sem marcas, excessos localizados sobre o tecido. Alcançado o ponto correto de uniformidade, depois de seco desprego o que é agora a tela e grampeio no chassi definitivo de 90cm X 120cm tomando cuidado ao esticar para não ficar fora do esquadro. As sobras de 10cm facilitam a ação de retesar a manta imprimida no quadro definitivo.

Imprimações:

À base de óleo, contem chumbo, óleo e thinner. É liquido e vendido em latas de 250ml. Podem ser aplicado em suportes de madeiras, pranchas e telas. Destina-se a pintura a óleo ou alquidica. As telas devem ser preparadas com antecedência – um dia cada camada; no mínimo um mês antes de usar. Número de camadas – duas a três camadas. A superfície resultante é fosca com um pouco de dente. A vantagem, bem flexível e fácil de aplicar – dificilmente trinca; a desvantagem é que seca devagar e pode amarelar.

Gesso acrílico, contém pigmento branco e resina acrílica (à base de água). É liquido, vendido em potes de 250 e 500ml. Podem ser aplicado em suportes de madeiras, pranchas e telas. Destina-se a pintura acrílica, alquidica e óleo. Não precisa ser preparada com antecedência. Cada camada seca em 30 minutos; é mais seguro começar a trabalhar no dia segunte. Primeiro deve ser aplicado três camadas finas, sobre essas as outras normais. Dependendo do estilo, podem ser lixados, desenhado com sulcos na textura, relevos, etc. A superfície resultante é fosca e a textura depende da espessura do gesso acrílico. Não amarela, possibilita formar diversas texturas. O resultado a longo prazo é desconhecido.

Gesso comum moído com cola a base de água. É vendido em sacos de 1kg pronto para ser fundido – depois da reação de endurecimento triturar enquanto úmido, deixar secar ao sol. Triturar mais e passar por uma peneira bem fina para conseguir o pó adequado para misturar com a cola. A cola comum é a de PVA, mas a que mais é usada é a cola de pele de coelho ou animal. São pequenas placas rígidas que tem que ser derretidas com água em banho-maria, pode ser encontrado em casas de ferragens. O suporte a que se destinam é o rígido – madeira. Ideal para trabalhar com têmpera, ovos ou caseína. Deve ser preparado com antecedência. O tempo de secagem é de 30 minutos para cada camada, somente, trabalhar depois de 24 horas. O número de camadas é de seis a oito mãos. Pode ser lixado, fica extremamente lisa, ideal para trabalhos detalhados. È um suporte muito barato, porém, deve ser preparado e aplicado com muito cuidado.

Painel de madeira compensado, duratex ou mdf. Tinta a base de óleo em latas de 250ml, aplicar sobre o painel, depois de seca lixar para ficar bem lisa. Deve ser preparado com antecedência com duas ou três camadas, seca rápida e espalha fácil, o tempo de secagem de cada camada é de 3 horas. A desvantagem é que só serve para pintar com a tinta a óleo.




Achei interessante essa tinta acrílica e parti para a experiência. Foram aplicadas três mãos deste produto da Metalatex sobre uma tela de algodão, sem diluição em água ou acréscimo de cola PVA ou cola de origem animal, apresentou uma elasticidade aceitável. Quando não conhecemos um material, é o mesmo que andar tateando no escuro, analisei varias formulas mirabolantes de primers caseiros para confecção de telas e nenhuma delas continha como carga o carbonato de cálcio e silicato de alumínio. A tela preparada está exposta direta à luz solar sem camada pictórica, abandonada no tórrido telhado de seca e baixa umidade do cerrado do Planalto Central. Vamos ver o comportamento da imprimação e do tecido.

Espero que sirva para suas pesquisas.



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