15 fevereiro, 2008

A cerâmica

A arte da cerâmica está presente na cultura dos povos e, estende-se a toda antigüidade. O estilo das peças de cerâmicas - utilitárias ou decorativas, fornecem uma idéia cronológica e aspectos culturais de civilizações remotas, um mosaico para os arqueólogos e historiadores decifrarem.

A argila é considerada uma matéria-prima insubstituível na indústria de cerâmica. Sua estrutura plástica é favorável a qualquer tipo de modelagem e se solidifica sob a ação do calor.

A argila deriva de vários elementos de rochas, constituída basicamente por silício combinado com oxigênio, moléculas de água e alumínio. A natureza dos componentes que formam a argila são os silicatos hidratados de alumínio, e, os fragmentos de ácidos metálicos com matérias orgânicas – as variações desses elementos definirão a tonalidade da peça crua e cosida. A presença de óxido de ferro dará à peça queimada uma coloração avermelhada.

A formação de argilas é por processos sedimentares, depósitos de produtos resultantes de erosão provenientes de diferentes rochas, os quais se acumularam ao longo do tempo em frestas oceânicas e leitos de rios, sofrendo aglomeração e, com isso, o assoreamento, graças à combinação química e eletrostática existente entre os minerais de rochas.

A argila tem uma grande plasticidade em quanto úmida, qualidade, que a torna utilizável na modelagem dos mais variados objetos. Dependendo da variação de componentes minerais e, de acordo com os locais de extração, fornece os elementos que determina a cor, a porosidade e dureza da peça, bem como a temperatura a que pode ser submetida sem que sofra deformações, sua fundição (cozimento de objetos cerâmicos) está na faixa de 800 a 1.500 graus centigrados.

O biscoito é o termo usado para o primeiro cozimento de uma peça de cerâmica (cozimento provisório). Com temperatura entre 800 graus a 1.100 graus centigrados. É a terracota, uma base em geral avermelhada, porosa e dura. Os objetos de cerâmica, normalmente, passam por vários tipos de acabamentos, desde uma simples lustração, pinturas e esmaltes (vitrificados). Também, o grau de cozimento depende da composição química do material empregado para obter produtos diferentes, que variam em consistência e aparência. Os artefatos cerâmicos dividem-se em três grupos: a terracota, o grés e a porcelana.

Injetando calor entre 1.100 e 1.300 graus centigrados, torna a peça de cerâmica mais densa e sem porosidade, dura e lisa. O grés, uma porcelana tenra.

Elevando, entre 1.300 graus e acima de 1.500 graus centigrados, alcança uma melhor qualidade de material cerâmico mais duro e mais liso. Transforma-se em porcelana, um material vítreo e translúcido.

Aplicar, sobre o biscoito uma camada vítrea, o método mais simples para decoração. Tudo depende da necessidade e do emprego. Há variação na composição de silicatos, estes se liquefazem a alta temperatura. Entre, 600 a 1.500 graus centigrados, derretem, para aderir fortemente à peça. . A temperatura em que se funde a camada vítrea na superfície da peça, não pode ser superior à que foi usada para a primeira queima (cozimento), pode acontecer trincas ou estourar dentro do forno.

A peça crua pode receber decoração, pintada ou modelada. Os engobes são argilas viscosas coloridas usadas para pintar peças cruas (ainda verdes, que não foram queimadas). São compostos de argila branca (pode ser porcelana, Ball Clay ou São Simão) e pigmentos minerais.

Um arranjo decorativo é aplicado sob a camada vítrea, as cores utilizadas endurecerão sob a ação do calor. Também, pelo contrário, é empregado sobre a camada vítrea, o esmalte, aprimorado pelos chineses. O feitio da peça e a condição da camada vítrea dependem do recurso técnico empregado. O colorido esta sujeito ao gosto de como utilizar a variedade de óxidos metálicos. Quando não tem domínio dos materiais, o resultado pode ser uma incógnita ao abrir o forno, não alcançar o objetivo ou surpreender-se com o efeito.

A diferença entre os potenciais – cerâmica X revestimento vítreo; durante o seu resfriamento, produz uma tensão que se transforma em rachaduras superficiais. Estas falhas podem ser impedidas de acontecer, mas, naturalmente, dá um charme à peça de cerâmica.

O processo manual de preparação da argila, para fabricar peças de cerâmicas:

1º) Passar a argila pouco úmida em marumba, para desagregar as partículas e eliminar as raízes, transformá-la em uma pasta uniforme.

2º) Cilindrar a pasta, para triturar as pequenas pedra, elas atrapalham na modelagem e, também pode estourar a peça dentro do forno durante o cozimento

3º).Novamente, passar a argila na marumba, para formar os tarugos adequado ao tamanho da peça a ser modelada. Os tijolos comuns de oito furos ou mais que tem a parede fina, passam por todo esse processo dentro de uma única máquina, desta sai sobre pressão, a argila modelada em perfil retangular do futuro tijolo, uma barra continua, já incluído os oito furos, deslizando por uma esteira, onde é cortada automaticamente de 20 em 20 centímetros, a forma do tijolo cru (verde).

4º) A fabricação da peça cerâmica – o trabalho empregado na matéria prima. Nos processos artesanais: a versátil modelagem em “torno” vertical; das mãos do oleiro, as pastas argilosa se transformam em diversos vasos e potes. Os moldes metálicos em maquinas de prensar trabalham com pasta de argila mais dura ou quase seca, além de outros recursos de fabricação. Os moldes de gesso são úteis para a modelagem de pasta argilosa, mas é difícil manter homogênea a espessura da parede da futura peça de cerâmica, a não ser por processo mecânico.

Os moldes de gesso são adequados para a argila bem diluída – a barbotina. É um produto de densidade e viscosidade adequado para o enchimento de moldes de gesso, as paredes do molde de gesso absorvem a água da barbotina, e, retém as substâncias densas (partículas sólidas que estavam em suspensão) unidas às paredes. A barbotina é um composto de silicatos cerâmicos dissolvidos na água. Com o preenchimento, o composto de partículas forma uma parede e vai engrossando, até o ponto em que se deseja conformar. Quanto mais tempo a barbotina permanece dentro do molde de gesso, mais espessa fica a parede da peça. Alcançando a espessura desejada, a barbotina é retirada do molde, fica a peça oca, permanecendo dentro do molde, o tempo suficiente para uma boa consistência da parede, que facilite a sua retirada do molde.

5º) A secagem das peças: não pode ser exposta ao sol, não pode secar ao vento direcionado a só uma posição. A secagem tem que ser homogênea e lenta, para eliminar totalmente a água. Esta etapa, a peça pode ser riscada, desenhada, furada, receber apliques decorativos, eliminar rebarbas e apertar a parede de argila para diminuir a porosidade e dar um pouco de brilho. Dependendo do clima e do tamanho da peça, a secagem natural ao tempo leva em media sete dias. Tempo chuvoso aumenta a umidade no ar e reduz o processo de expulsão de água nas paredes da peça, com isso, aumenta o tempo de secagem. Uma estufa reduz bem o tempo de secagem, mas, em concordância com a qualidade da argila.

6º) O processo de cozedura em forno – é a operação em que os artefatos cerâmicos, adquirem com o calor, a dureza e firma a sua característica ornamentaria ou utilitária.

7º) O acabamento – aplica-se sobre a peça o esmalte que pode ser multicolores. Depois de seco, queima pela segunda vez a peça para formar a camada vítrea.

A esmaltação - uma das operações mais importantes para o revestimento de peças em cerâmica, também, de metais e outros materiais que suportam as temperaturas elevadas – necessárias à sua aplicação. O esmalte tem duas funções principais, a primeira é tornar a peça de cerâmica impermeável e a segunda é de embelezá-la.



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